quinta-feira, 30 de junho de 2016

O legalismo na comunidade Cristã

A maior crise na História das igrejas primitivas foi precipitada pela infiltração do legalismo, que causou um impacto devastador na progressiva comunidade cristã
“Alguns homens desceram da Judéia para Antioquia e passaram a ensinar aos irmãos: Se vocês não forem circuncidados conforme o costume ensinado por Moisés, não poderão ser salvos".(At 15.1)
Nos dias do concílio de Jerusalém, a questão que agitou as igrejas primitivas foi esta: Deveria ou não o vinho novo do Cristianismo ser derramado dentro dos velhos odres do Judaísmo? Deveria ou não o tecido novo do Cristianismo servir de remendo ao vestido velho do Judaísmo? 

Seria impossível superestimar a seriedade desta crise particular.

Não nos enganemos:

O Cristianismo e o legalismo religioso de qualquer espécie, em qualquer época, são contrários, são princípios religiosos diferentes. 

O Cristianismo é a petição de um Advogado; o legalismo é o martelo implacável do juiz injusto. 

O Cristianismo são as mãos transpassadas; o legalismo é espada que fere. 

O Cristianismo conhece o perdão e a reconciliação; o legalismo conhece a exação e os anátemas. 

O Cristianismo é um tornar-se que produz fazer; o legalismo é um fazer estranhamente impotente para produzir um tornar-se. 

O Cristianismo é primavera, verão, outono e inverno, em seqüência ordenada; o legalismo é só inverno.


sexta-feira, 24 de junho de 2016

Renovando a mente

O desenvolvimento intelectual é talvez o aspecto mais negligenciado da santificação cristã. Sendo o próprio fundamento do crescimento espiritual, o fracasso nessa área mina todo o empreendimento do discipulado. Pois em Mateus 22:37-38, somos instruídos a amar a Deus com toda a mente e intelecto.
Respondeu Jesus: " ‘Ame o Senhor, o seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento’.Este é o primeiro e maior mandamento.(Mateus 22:37-38)


Destrutivo para a vida espiritual é o conteúdo anti-bíblico do pensamento de alguém, não o pensamento em si. “O novo homem”, de acordo com Colossenses 3:10, “ está sendo renovado em conhecimento, à imagem de seu criador”.

E vos vestistes do novo, que se renova para o conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou;(Colossenses 3:10)

Pedro faz do conhecimento cristão o fundamento para a “vida e para a piedade” 2 Pedro 1:3).

Simão Pedro, servo e apóstolo de Jesus Cristo, aos que conosco alcançaram fé igualmente preciosa pela justiça do nosso Deus e Salvador Jesus Cristo:

Graça e paz vos sejam multiplicadas, pelo conhecimento de Deus, e de Jesus nosso Senhor;
Visto como o seu divino poder nos deu tudo o que diz respeito à vida e piedade, pelo conhecimento daquele que nos chamou pela sua glória e virtude;(2 Pedro 1:3)

Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.

E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus. (Romanos 12:1-2).
O novo testamento não ensina um evangelho diferente, mas ele é uma administração nova e superior do pacto Abraâmico. A maior partes das pregações populares faz distinções falsas entre os dois testamentos, com resultados desastrosos. Esta nova administração nos libera das práticas cerimoniais do Antigo Testamento, visto que Cristo as cumpriu. Agora, sob a nova aliança, somos livres para adorar a Deus como seres racionais; portanto, pregação, estudo e pensamento recebem preeminência no processo de santificação. 


Paulo opõem-se contra o antiintelectualismo da igreja moderna, que encoraja os crentes a permanecerem como criancinhas sem entendimento. A pregação contemporânea enfatiza o prático e procedural, e não o doutrinário e teológico.

O pensar como criaturas racionais produz algumas ramificações importantes. Se a essência da nossa natureza é a racionalidade, então um programa de desenvolvimento espiritual deve levar isto em consideração, de forma que trate os seres humanos como criaturas racionais, trataremos primeiro com a mente, os pensamentos dos indivíduos. Um programa de crescimento espiritual deve alcançar primeiro a mente. Isto é o que encontramos em Romanos 12:2.

E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.(Romanos 12:2)

Muitos cristãos, afetados por uma filosofia secular antiintelectual, também são ignorantes dos principais dogmas da sua fé, e isto revela sua desobediência às instruções bíblicas. Pela visão de que é o Deus soberano quem exerce um poder irresistível sobre a vontade do homem, por meio da mensagem do evangelho, é permitido que alguém se converta à fé sem um entendimento completo, todavia a Escritura ordena o estudo diligente da palavra de Deus para obtermos um entendimento intelectual abrangente da fé cristã.

A regeneração é uma reconstrução radical da personalidade e intelecto, após a qual a pessoa assume a autoridade bíblica como seu primeiro princípio. Contudo, muitas das falsas idéias que foram adquiridas anteriormente a conversão permanecem fazendo com que seus pensamentos e comportamentos exibam inconsistências irreconciliáveis com seu novo comprometimento fundamental. A partir da renovação da mente, descartamos as idéias anti-bíblicas, fazendo com que nossos pensamentos e ações se conformem à palavra de Deus. Posso até mesmo afirmar que se trata de uma prescrição para a vida cristã. Muitas pessoas alegam que desejam conhecer a vontade de Deus, mas falhando em seguir a instrução de Paulo, entendem incorretamente a própria natureza da vontade de Deus, e como ele a revela para nós. O misticismo pode ser mais espetacular e romântico, mas é também a forma anti-bíblica e preguiçosa de buscar a Deus. A transformação espiritual é a única forma de “experimentar e comprovar” qual é a vontade de Deus, Paulo nos diz para treinarmos a pensar como cristãos, de forma que possamos testar algo para ver se é a vontade de Deus, e se aprovaremos o pensamento ou ação em questão.

Precisamos considerar o programa de desenvolvimento cristão, pensando em nós mesmos como criaturas racionais, de forma que cada estratégia designada para aumentar nossa piedade deve primeiro atingir nossa mente. A familiaridade com a escritura produz discernimento espiritual. Só através do conhecimento é possível alcançar maturidade espiritual.

sábado, 11 de junho de 2016

Herdeiros das Promessas




Deus prometeu que viveríamos uma vida de eternidade.


     Essa é a maior promessa que o nosso Deus nos fez. Ele sendo Deus não precisaria prometer nada. Mas prometeu e por isso se fez devedor. Prometeu e fez questão que soubéssemos que Ele é fiel as suas promessas. Nosso Deus nos mostra, diariamente que a eternidade é algo concreto, real. A primeira forma que Ele nos faz recordar disso, é quando lembramos do Nosso Senhor Jesus Cristo, o primeiro que foi plenamente ressuscitado entre os mortos. É justo depositarmos nossas esperanças e sonhos Nele.

     É justo e bom seguirmos seus ensinamentos para que possamos também tomar posse de suas promessas. Que o nosso coração nesse tempo se apegue com presteza a certeza que Deus é fiel e cumpre suas promessas. Encontramos muitas pessoas depressivas, tristes que tem vivido uma vida sem esperança, por que deixaram se levar pelas “verdades do mundo”. Quem deixa de acreditar nas palavras de Deus que é verdade, deixa a felicidade escapar da palma de suas mãos. Por isso tanto sofrimento. Porque uma vida sem esperança é uma vida de sofrimento. Uma vida sem expectativa é uma vida triste. De fato Jesus nos diz para não nos preocuparmos com o dia de amanhã. Mas confiar nas promessas que o Senhor nos fez para um futuro, não contradiz as palavras do Senhor.

   Preocupação e esperança são coisas diferentes. Somos herdeiros da promessa. A promessa que o Pai fez através do seu filho recairá sobre nós. Ainda que morramos hoje, se vivemos em Cristo, ressuscitaremos no futuro. Não estou desacreditando da depressão e dos sofrimentos. Sei que ela é uma doença e como doença precisa de tratamento. Porém a esperança é uma força incrível. Por isso precisamos acreditar na promessa. É preciso esperança. Alimentemo-nos pois da verdade. Alimentemo-nos então da promessa.

     Enchamos o nosso coração de esperança. Nossa vida não é uma coisa sem sentido. Ele prometeu que o veremos face a face. Será que existe algo mais espetacular do ver a face de Deus? Encha seu coração da promessa. Não desacredite. Ele prometeu, Ele cumprirá. E a promessa da vida eterna, ainda que você morra, será sua, pois o próprio Deus prometeu que nossos corpos ressurgirão glorificados.


A sua vida tem um sentido. Seu sofrimento também.


   As afirmações esperançosas da promessa se antecipam ao futuro. Nas promessas está anunciado o futuro oculto, o qual, por meio da esperança que desperta, age no presente. As afirmações encontram sua verdade na correspondência, verificável, com a realidade presente e experimentável. As afirmações da esperança estão necessariamente em contradição com a realidade presente e experimentável. Elas não resultam de experiências, mas constituem uma condição para que sejam possíveis novas experiências. Não pretendem iluminar a realidade que aí está, mas a realidade que virá. Em todo o Novo Testamento, a esperança cristã se dirige para o ainda não visível. A esperança cristã é uma esperança de ressurreição e demonstra sua verdade pela contradição entre o presente e o futuro por ela visualizado, futuro de justiça contra o pecado, de vida contra a morte, de glória contra o sofrimento, de paz contra a divisão. E nessa contradição que a esperança deve mostrar sua força. Muito mais significativo é apresentar a esperança como o fundamento e a mola mestra do pensamento teológico em geral e introduzir as perspectivas escatológicas nas afirmações sobre a revelação de Deus, sobre a ressurreição de Cristo, sobre a missão da fé e sobre a história.



quarta-feira, 1 de junho de 2016

Santificação

    Através de toda a Bíblia, santificação tem sido um elemento essencial na relação entre Deus e seu povo. Esta qualidade de ser separado do pecado é uma característica fundamental da santidade de Deus, que tem que ser desenvolvida como parte do caráter de seus filhos. Desde a criação, Deus quis um povo santo. Ele desejou uma comunhão especial com os homens que fossem capazes de andar com ele e falar com ele numa união especial. Mas a própria natureza de Deus estabelece limites para tal associação. Seu caráter santo não pode permitir ser contaminado pelo pecado e pela corrupção. Os homens só podem estar na sua presença se forem puros. Adão e Eva andavam no mesmo jardim que Deus, e falavam com ele. Mas logo pecaram e perderam esta convivência especial. Foram expulsos do jardim do Éden ­separados de Deus­ o que foi a morte espiritual que Deus havia prometido como conseqüência do pecado.



Gênesis 2:17 “ Mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás. ”
Gênesis 3:23-24. “ O Senhor Deus, pois, o lançou fora do jardim do Éden, para lavrar a terra de que fora tomado. E havendo lançado fora o homem, pôs querubins ao oriente do jardim do Éden, e uma espada inflamada que andava ao redor, para guardar o caminho da árvore da vida. ”

   Povo sem santidade não podia permanecer na presença do santo Deus. Depois que gerações de pecadores morreram num mundo corrompido, Deus escolheu os descendentes de Abraão para serem um povo santo. Ele os separou da má influência dos senhores egípcios e preparou uma terra onde poderiam habitar livres da corrupção dos povos idólatras. Ele até mesmo lhes deu uma lei especial, que ressaltava a distinção entre o puro e o impuro. Deus explicou a necessidade da pureza deles quando lhes deu essa lei:

Levítico 11:44-45 “Porque eu sou o Senhor vosso Deus; portanto vós vos santificareis, e sereis santos, porque eu sou santo; e não vos contaminareis com nenhum réptil que se arrasta sobre a terra; Porque eu sou o Senhor, que vos fiz subir da terra do Egito, para que eu seja vosso Deus, e para que sejais santos; porque eu sou santo.”


   Contudo, o povo que Deus havia selecionado excepcionalmente e resgatado não permaneceu santo. Os israelitas repetidamente exibiram seu pecado aos olhos de Deus. Ele às vezes avisou que poderia entrar no meio da congregação pecaminosa e destruir o povo.


Êxodo 33:5 “ Porquanto o Senhor tinha dito a Moisés: Dize aos filhos de Israel: És povo de dura cerviz; se por um momento subir no meio de ti, te consumirei; porém agora tira os teus atavios, para que eu saiba o que te hei de fazer; ”
Números 16:44-45 ”Então falou o Senhor a Moisés, dizendo: Levantai-vos do meio desta congregação, e a consumirei num momento; então se prostraram sobre os seus rostos,”

    Por quê? Simplesmente porque não pode haver comunhão entre a santidade de Deus e a impureza do homem. O homem tem que ser purificado, ou morrerá
(Isaías 6:1-7)” 1 - No ano em que morreu o rei Uzias, eu vi também ao Senhor assentado sobre um alto e sublime trono; e a cauda do seu manto enchia o templo. 2 - Serafins estavam por cima dele; cada um tinha seis asas; com duas cobriam os seus rostos, e com duas cobriam os seus pés, e com duas voavam. 3 - E clamavam uns aos outros, dizendo: Santo, Santo, Santo é o Senhor dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória. 4 - E os umbrais das portas se moveram à voz do que clamava, e a casa se encheu de fumaça. 5 - Então disse eu: Ai de mim! Pois estou perdido; porque sou um homem de lábios impuros, e habito no meio de um povo de impuros lábios; os meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos. 6 - Porém um dos serafins voou para mim, trazendo na sua mão uma brasa viva, que tirara do altar com uma tenaz; 7 - E com a brasa tocou a minha boca, e disse: Eis que isto tocou os teus lábios; e a tua iniqüidade foi tirada, e expiado o teu pecado.”

     Deus ainda quer um povo santo, e providenciou, através de Cristo, o meio de purificar os pecadores para servirem-no. Os cristãos são o povo santo de Deus


(1 Pedro 2:5,9). “5 - Vòs também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo.

6 - Por isso também na Escritura se contém: Eis que ponho em Sião a pedra principal da esquina, eleita e preciosa; e quem nela crer não será confundido. 7 - E assim para vós, os que credes, é preciosa, mas, para os rebeldes, a pedra que os edificadores reprovaram, essa foi a principal da esquina, 8 - E uma pedra de tropeço e rocha de escândalo, para aqueles que tropeçam na palavra, sendo desobedientes; para o que também foram destinados. 9 - Mas vòs sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz;”

     Aqueles que se dizem ser seguidores de Jesus deverão conduzir-se como um povo santificado e purificado da impureza do mundo. Paulo ensinou que o pecado não tem lugar na vida do cristão.

II Coríntios 6:14-15 ele disse:"14 - Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos; porquanto que sociedade pode haver entre a justiça e a iniqüidade? Ou que comunhão, da luz com as trevas? 15 - Que harmonia, entre Cristo e o Maligno? Ou que união, do crente com o incrédulo?"
   Encontramos nestes versículos uma lista de coisas que são totalmente opostas. Paulo não encoraja a nenhum tipo de compromisso. Ele não nos diz que um pouco de mal pode coexistir com a justiça. Em vez disso, mostra que não pode haver nenhuma tolerância do pecado na vida de um cristão. Os cristãos pecam.

(1 João 1:8,10) ” 8 - Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós. 9 - Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça.10 - Se dissermos que não pecamos, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não está em nós. ”
    Mas temos que admitir esses erros e procurar o perdão de Deus para manter a comunhão com ele.

(1 João 1:9). “ Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça.”
(1 João 2:1). “ Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; e, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo.”
   Os discípulos de Cristo não podem comprometer-se com o erro. A santificação é baseada em nossa relação com Deus. Paulo continuou nos versículos.

(II Coríntios 6:16-18) “16 - E que consenso tem o templo de Deus com os ídolos? Porque vós sois o templo do Deus vivente, como Deus disse: Neles habitarei, e entre eles andarei; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo. 17 - Por isso saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor; E não toqueis nada imundo, E eu vos receberei;18 - E eu serei para vós Pai,E vós sereis para mim filhos e filhas, Diz o Senhor Todo-Poderoso.”
     A base para esta santificação é nossa relação com Deus. O desejo básico de Deus permanece inalterado. Ele quer ter íntima comunhão com seu povo santo. Mas um Deus puro não pode ter amizade com pecado; portanto, temos que separar-nos do mal e da impureza. Mas, para que não vejamos isto como uma tarefa desagradável de renúncia, teremos que nos lembrar do grande privilégio que é descrito aqui.

(II Coríntios 6:18) 18 - E eu serei para vós Pai,E vós sereis para mim filhos e filhas, Diz o Senhor Todo-Poderoso.”.
    O Deus Todo-poderoso do universo, nosso grande Criador e Redentor, quer ser nosso Pai. Os cristãos têm imenso privilégio de serem chamados filhos e filhas do próprio Deus.



(II Coríntios 7:1) “ 1 - Ora, amados, pois que temos tais promessas, purifiquemo-nos de toda a imundícia da carne e do espírito, aperfeiçoando a santificação no temor de Deus. ”